22.4.2024

Tratado global contra poluição de plásticos pode ser a chance para frear contaminação

Pesquisa mostrou que oito em cada dez pessoas defendem a proibição de plásticos descartáveis

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Sabrina Brito
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Nick Fewings/ Unsplash

Entre os dias 23 e 29 de abril, em Ottawa, no Canadá, acontecerá uma nova rodada de debates no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de criar um tratado global contra a poluição de plásticos. Espera-se que sejam discutidas questões como o banimento de plásticos de uso único e a implantação de uma economia circular mais eficiente para garantir a reutilização do material.

Os últimos detalhes do acordo devem ser ajustados em novembro em Busan, na Coreia do Sul, reunião em que deve ser produzido o texto final do documento. No ano que vem, a expectativa é que a aplicação das normas seja debatida.

De acordo com o WWF, para que seja obtido um tratado eficaz até o final de 2024, os governos devem priorizar um acordo sobre as principais medidas que terão o maior impacto na poluição plástica – em particular, as proibições globais de plásticos descartáveis, “que são ​​mais nocivos e evitáveis”, e requisitos vinculantes e globais sobre design de produto e desempenho para garantir a redução, reutilização e reciclagem segura de todos os produtos plásticos. Para sustentar tudo isso, será necessário um pacote financeiro robusto, informa a organização.

Ainda segundo o WWF, até agora, as medidas racionais e voluntárias para combater a crise do plástico demonstraram-se insuficientes. Assim, evitar ações mais assertivas apenas teria como resultado o agravamento do problema.

Em 2023, o rascunho do Tratado Global de Plásticos foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela presidência do Comitê de Negociação Intergovernamental (INC). De acordo com a análise de Graham Forbes, líder da campanha global de plásticos do Greenpeace Estados Unidos, o documento traz importantes elementos para a redução do uso de plástico, mas não menciona objetivos mais ambiciosos que são essenciais para que seja fechada “de vez a torneira tóxica do plástico”.

Importante notar que, de acordo com o relatório do PNUMA, se as tendências atuais se mantiverem, a produção de plástico deve triplicar até 2060. Em um planeta onde microplásticos – pedaços de até 5 milímetros do material – são encontrados na comida e até mesmo no coração humano, trata-se de um volume assustador. Além disso, grande parte do material acaba em forma de poluição. De acordo com pesquisas, o número de partículas plásticas no oceano cresceu mais de dez vezes entre os anos de 2005 e 2019, apontando para uma poluição gigantesca do ecossistema marinho.

A questão tem sido bastante proeminente também no interesse público. Segundo um novo levantamento da Ipsos, 8 em cada 10 pessoas defendem a proibição de plásticos descartáveis. A ideia é diminuir a poluição e priorizar a saúde humana. Estudos apontam também que 85% dos indivíduos acreditam que um tratado global sobre poluição plástica deve proibir os plásticos descartáveis. A pesquisa foi encomendada pelo WWF e pela Plastic Free Foundation.

Desse modo, percebe-se que a questão do plástico é urgente no mundo atual. Seja em nome da saúde do homem, seja em nome da natureza, fica cada vez mais clara a necessidade de se combater o uso excessivo do material, cortando a produção de plástico e diminuindo a poluição pelo mundo.

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Sabrina Brito
Sabrina Brito
Jornalista formada pela ECA-USP e graduanda em Direito pela PUC-SP
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