19.10.2023

Pantanal: bioma rico em diversidade enfrenta incêndios devastadores

Ecossistema atrai ajuda do terceiro setor e do governo para prevenir e lidar com incidentes

Escrito por
Sabrina Brito
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Imagem da vista aérea de um pantanal.
Foto:
Jonne Roriz/ Nosso Impacto
O Pantanal é a maior planície alagável do planeta.

O Pantanal, considerado um dos menores biomas brasileiros, intercala episódios de devastação com momentos de recuperação da natureza. A região abrangida pelo ecossistema, que se espalha pelo Mato Grosso e pelo Mato Grosso do Sul, sofre com incêndios que colocam em risco as espécies vegetais e animais que habitam a área.

Recentemente, um incêndio em Bonito (MS) atingiu 500 hectares (o equivalente a quase 500 campos de futebol) do Pantanal em um incidente causado pelo calor e pela estiagem. O evento representa apenas um dos muitos incêndios que afetam a região.

O Pantanal é conhecido como a maior planície alagável do mundo. Trata-se de um ecossistema com muita biodiversidade e que é lar para diversas espécies de seres vivos. Seu grau de preservação ambiental é tido como alto, sendo que ele é considerado o bioma mais preservado do Brasil, segundo órgãos governamentais.

Do ponto de vista agrícola, as inundações que cobrem a região fazem com que grande parte do solo do Pantanal seja de baixa fertilidade, impulsionando o uso de insumos químicos para viabilizar o cultivo de soja e outros produtos.

A questão dos incêndios não é inédita no Pantanal. Em 2020, o bioma sofreu com incêndios devastadores de escala significativa. De acordo com um levantamento recente, o fogo danificou cerca de 30% da parte brasileira do ecossistema, que se espalha também por porções do Paraguai e da Bolívia.

O dano total foi de cerca de 45 mil quilômetros quadrados – área muito maior do que se estimava anteriormente. Os incêndios se tornaram mais comuns em 2019, quando se iniciou uma seca prolongada que atingiu seu pico no ano seguinte. Foi nesse período que o Pantanal chegou aos níveis de precipitação anual mais baixos desde a década de 1980.

Atualmente, a situação na região é considerada de risco, sobretudo quando se leva em consideração as altas temperaturas e baixa umidade que devem perdurar, levando a uma situação propícia para o acontecimento de incêndios. Segundo publicou a cientista Solange Ikeda-Castrillon em um vídeo, “o incêndio no Pantanal voltou”.

Recentemente, mais de 1,3 mil hectares foram consumidos pelo fogo no Mato Grosso do Sul. Drones, tecnologias de navegação e mecanismos de inteligência artificial foram empregados para estudar os focos de incêndio, que foi registrado em diversos pontos do estado.

Para ajudar a prevenir e lidar com esses incidentes, ações governamentais e do terceiro setor foram colocadas em prática. O governo anunciou que pelo menos R$ 23 milhões do orçamento federal serão destinados à meta de evitar novos mega incêndios no Pantanal. Além dos recursos financeiros, serão mobilizados veículos e aeronaves para esse fim, além de satélites e bombeiros.

Do outro lado, o Instituto SOS Pantanal atua na conservação do bioma, promovendo não só o aprimoramento de políticas públicas e a divulgação de conhecimento, mas também o desenvolvimento de projetos e o fomento de transformações por meio da ciência e do diálogo com diferentes setores da sociedade e do poder público.

Dessa forma, nota-se que existe um conjunto de esforços do terceiro setor e do governo para tentar aplacar os incêndios registrados no Pantanal, que representam atualmente a maior ameaça ao bioma. Levando em conta a importância ambiental do ecossistema, fica clara a necessidade de se buscar preservar a região e restaurar as áreas degradadas.

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Sabrina Brito
Sabrina Brito
Jornalista formada pela ECA-USP e graduanda em Direito pela PUC-SP
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