7.8.2023

Diálogos Amazônicos: os principais pontos sobre o evento que reuniu 27 mil pessoas em Belém, no Pará

Com a perspectiva de realização da COP-30 na capital paraense, o evento marca o começo da preparação da cidade para receber a principal conferência climática internacional

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Imagem de uma mulher falando no palco durante um evento.
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A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, no evento Diálogos Amazônicos.

Entre os dias 4 e 6 de agosto, a cidade de Belém, capital do Pará, sediou o evento Diálogos Amazônicos. O encontro foi uma espécie de prévia para a Cúpula da Amazônia, reunião entre representantes de 15 países que acontecerá nos dias 8 e 9 de agosto, e também para a COP-30, principal conferência climática internacional que deve ser realizada no Brasil em 2025. Segundo dados oficiais, 27 mil pessoas passaram pela área dos Diálogos Amazônicos.

Os três dias do evento foram marcados por oito plenárias e 405 atividades auto-organizadas. Os participantes falaram sobre soluções para quem vive no bioma, projeções para a economia que valoriza a floresta em pé, desafios para manter o desenvolvimento sustentável em meio às iniciativas do setor fóssil na floresta, entre diversos outros temas que buscam fortalecer a proteção da Amazônia.

Mesmo sendo um evento à parte da agenda diplomática, os dias do primeiro final de semana de agosto deram o tom do que deve vir pela frente. A política climática brasileira vive um imbróglio por causa da intenção da Petrobras de explorar petróleo na Foz do Amazonas, na região conhecida como Margem Equatorial. Contudo, para que seja possível atingir as metas do Acordo de Paris, os países precisam investir na transição energética e reduzir ao máximo a dependência de combustíveis fósseis. 

Representantes da sociedade civil se manifestaram contra a expansão da atividade na Amazônia e, nos dias de Cúpula da Amazônia, o assunto será debatido entre os líderes políticos. No entanto, por mais que o Brasil defenda o fim do desmatamento na floresta, é improvável que o governo federal apoie o fim da exploração de petróleo na região. 

Anúncios do governo federal:

1. O ministério do Desenvolvimento Agrário anunciou recursos em torno de R$ 5,5 bilhões, dentro do Plano Safra da Agricultura Familiar, para produtores rurais da região norte;

2. O ministério da Ciência e Tecnologia anunciou o investimento de R$ 3,4 bilhões em ciência, tecnologia e inovação para Amazônia entre os anos de 2024 e 2026;

3. O ministério do Turismo anunciou mais R$ 201 milhões para a concessão de crédito a empreendimentos turísticos privados de estados das cinco regiões do país, inclusive para a região norte;

4. O ministério da Igualdade Racial anunciou criação de Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Enfrentamento ao Racismo Ambiental em parceria com o ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima;

5. O Programa Bolsa Verde, coordenado pelo MMA, teve sua retomada anunciada com R$ 92 milhões. Os recursos vão garantir R$ 600 para desenvolvimento sustentável de povos tradicionais e indígenas que poderão se somar ao Bolsa Família e à assistência técnica agrícola.

Outros anúncios:

1. Dezenove bancos públicos de desenvolvimento de países amazônicos assinaram um acordo em que se comprometem a disponibilizar 4,5 bilhões de reais em financiamento para negócios sustentáveis na Amazônia;

2. Mais de 80 organizações assinaram um manifesto pedindo o fim dos projetos petrolíferos em toda a Amazônia, em defesa do clima e contra os constantes vazamentos de petróleo que têm destruído a biodiversidade, a saúde e os meios de vida dos povos da floresta;

3. O grupo de impacto socioambiental Alana vai premiar com 10 milhões de dólares tecnologias voltadas à proteção de florestas tropicais por meio da competição global XPRIZE Rainforest. Até meados de 2024, seis equipes devem ser capazes de pesquisar 100 hectares de floresta tropical em 24 horas e relatar as descobertas mais importantes feitas em tempo real, em até 48 horas. Entre as equipes finalistas, há representantes brasileiros: a Brazilian Team de Piracicaba, no interior de São Paulo. O grupo trabalha com drones, arranjos de sensores, robótica terrestre e drones com podadores projetados para coletar amostras de DNA ambiental (eDNA) para avaliação.

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