1.4.2024

Como a inteligência artificial pode contribuir com o enfrentamento às mudanças climáticas

Com ajuda de grupo da Organização das Nações Unidas, IA pode ser ainda mais importante no combate ao aquecimento global

Escrito por
Sabrina Brito
fotografia
Oferecido por
Um grupo de pessoas ao lado um do outro
Foto:
Robs/ Unsplash

Atualmente, quase quatro bilhões de pessoas vivem em áreas altamente vulneráveis à mudança climática, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Consequentemente, esperam-se 250.000 mortes adicionais por ano entre 2030 e 2050, decorrentes de má nutrição, malária, diarreia e estresse térmico. Nesse sentido, a tecnologia, e mais especificamente a inteligência artificial, pode ser uma grande aliada para ajudar a humanidade a lidar com a mudança climática.

Existem alguns exemplos que mostram como a tecnologia pode contribuir com um dos maiores desafios da atualidade. A inteligência artificial já foi treinada para medir mudanças e derretimentos em icebergs dez mil vezes mais rapidamente do que uma pessoa seria capaz de fazer. Além disso, aliada a imagens de satélite e conhecimentos de ecologia, a IA é usada para mapear o impacto do desmatamento ligado à mudança climática. Por fim, foi desenvolvido por uma startup londrina um sistema de inteligência artificial que analisa o processamento de resíduos para ajudar instituições a recuperar e reciclar cada vez mais materiais.

Nesse sentido, recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou um grupo especialmente arquitetado para lidar com questões ligadas à inteligência artificial. A ideia é que, com o intuito de construir uma abordagem inclusiva globalmente, o grupo produza análises e recomendações para a governança internacional ligada à IA.

O grupo, composto por 32 especialistas de diferentes nacionalidades e que atuam em diferentes disciplinas relacionadas à temática – inclusive do Brasil, representado pela advogada Estela Aranha – visa oferecer diferentes perspectivas sobre como a inteligência artificial pode ser usada para o bem comum, alinhando a governança com direitos humanos e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Por ora, são as empresas as maiores responsáveis por desenvolvimentos ligados ao uso da IA para combater os efeitos da mudança climática. Uma startup do Vale do Silício chamada ClimateAi, por exemplo, desenvolveu uma plataforma que, alimentada por inteligência artificial, é capaz de avaliar a vulnerabilidade de plantações em relação ao aquecimento global. Assim, com base em dados climáticos, a plataforma simula cenários e ajuda agricultores a adaptarem suas plantações às variações do clima.

Outro exemplo é o da startup SilviaTerra, baseada na Califórnia. A empresa utiliza inteligência artificial para criar um mercado para créditos de carbono, de forma que seus algoritmos ajudam a determinar quanto carbono existe em certa propriedade. Assim, os produtores podem estabelecer o preço pelo qual estão dispostos a atrasar suas colheitas, criando créditos de carbono e vendendo-os a empresas que procuram compensar suas emissões.

Para o cofundador da startup, Zack Parisa, a IA pode ser usada para infundir credibilidade no mercado. “Não há entrega física de créditos de carbono; os nossos clientes não sentem o toque, gosto ou cheiro do carbono que compram, então têm que comprá-lo com base na fé. E essa fé depende de dados”, afirma.

A inteligência artificial possui um grande potencial no sentido de ajudar a mitigar os efeitos da mudança climática. Quando bem utilizada, a tecnologia pode ser uma grande aliada do meio ambiente. Com a ajuda de órgãos de governo ou internacionais, a exemplo do grupo da ONU, a junção de forças torna-se ainda maior e é capaz de beneficiar ainda mais a natureza.

Gostou das histórias que você viu por aqui?

Inscreva-se para ficar sempre em dia com o melhor do nosso conteúdo
No items found.
escrito por
Sabrina Brito
Sabrina Brito
Jornalista formada pela ECA-USP e graduanda em Direito pela PUC-SP
fotografado por
Sabrina Brito
voltar ao topo