8.11.2023

Poluição atmosférica: emissões de gases poluentes prejudicam a saúde humana e o meio ambiente

De acordo com a OMS, a poluição do ar, inclusive em ambientes domésticos, é um fator de risco associado a diversos problemas de saúde

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Sabrina Brito
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Imagem de fábrica emitindo fumaça.
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Kouji Tsuru/ Unsplash

Dá-se o nome de poluição do ar ou poluição atmosférica ao problema ambiental causado pela emissão de poluentes no ar. Trata-se de uma alteração do estado natural da atmosfera causada, sobretudo, por atividades praticadas pela humanidade, como a queima de combustíveis fósseis por veículos terrestres ou a atividade de indústrias e fábricas. 

A poluição do ar também pode ser provocada por fatores não ligados à ação humana, como queimadas naturais e erupções vulcânicas. Óxidos de enxofre e de nitrogênio estão entre os compostos liberados por essas atividades e que diminuem a qualidade do ar.

A poluição atmosférica tem um grande potencial danoso na vida das pessoas, principalmente em grandes cidades, onde os índices de piora da qualidade do ar são maiores. A longo prazo, por exemplo, ela pode intensificar o efeito estufa e a mudança climática. A curto prazo, ela afeta a saúde humana e pode causar fenômenos como a inversão térmica.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o relatório Estatísticas Sanitárias Mundiais 2022, em que pontua que a poluição do ar, inclusive em ambientes domésticos, é um fator de risco associado a diversos problemas de saúde. 

Entre eles, listam-se desde problemas oculares até doenças respiratórias e questões mais graves. Por exemplo: outra pesquisa, apresentada no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica de 2023, indicou que mulheres que vivem e trabalham em locais com níveis mais elevados de poluentes possuem chances 28% maiores de desenvolver câncer de mama.

De acordo com a ONG Human Rights Watch, é preciso prestar especial atenção ao meio ambiente quando se pretende trabalhar em nome dos cuidados com a qualidade do ar. Um caso é o do desmatamento: conforme a organização, essa prática frequentemente resulta em queimadas, iniciadas por pessoas responsáveis por atear fogo na vegetação (muitas vezes, ilegalmente) para preparar áreas para a exploração econômica, a exemplo da agricultura ou da pecuária. 

Essas queimadas, explica a Human Rights Watch, podem produzir poluição atmosférica por meio do lançamento de substâncias danosas no ar, proporcionando sério risco à saúde. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas são especialmente vulneráveis, alerta a ONG.

Existem diversas formas de diminuir a poluição do ar. Entre as dicas mais mencionadas por profissionais, estão a redução do uso de veículos terrestres (os quais liberam partículas danosas à saúde), o plantio de árvores (que são capazes de filtrar os poluentes da atmosfera) e a diminuição da queima de lixo (que aumenta a quantidade de componentes tóxicos no ar).

Percebe-se, assim, que os cuidados com a qualidade do ar são absolutamente necessários para que se zele pela saúde humana, animal e vegetal. Embora as medidas aplicáveis à situação dependam, em grande parte, da criação de políticas públicas, fica claro que é possível ao cidadão colaborar para a causa. Evitar o uso de carros, plantar árvores e deixar de queimar o lixo doméstico são ações possíveis de serem tomadas individualmente (ainda que representem pequena escala) e que podem colaborar para a causa.

Poluição do solo

A poluição do solo pode ser definida como qualquer mudança na sua natureza, seja ela provocada pelo contato com produtos químicos ou com resíduos que ocasionem sua deterioração ou qualquer tipo de queda na sua qualidade. Assim, alguns dos principais agentes poluidores do solo são a gasolina, componentes eletrônicos e o plástico.

A importância da preservação do solo é tão grande que possui data própria de celebração: desde 1989, comemora-se, no dia 15 de abril, o Dia Nacional de Conservação do Solo, oportunidade em que se discute a necessidade de utilizar corretamente esse recurso natural. 

A data escolhida é uma homenagem a Hugh Hammond Bennett (1881-1960), considerado, nos Estados Unidos, o “pai da conservação do solo”. Bennett foi o líder do movimento pela causa na década de 1920, influenciando a criação do Serviço de Conservação de Recursos Naturais do Departamento de Agricultura dos EUA.

Da terra ao corpo

O relatório Global Land Outlook, Land Restoration for Recovery and Resilience, publicado pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, destaca que a poluição é a maior causa ambiental de doenças e mortes no mundo atualmente. Nesse sentido, ressalta-se a importância da poluição do solo, junto com a exposição a produtos químicos danosos e a má gestão de resíduos.

Nos tempos modernos, um dos poluentes mais frequentemente encontrados no solo é o microplástico, partícula extremamente diminuta do plástico. Do gelo marítimo da Antártida a ilhas remotas, ele já foi detectado em todo o planeta, inclusive nos solos. 

Por isso, é bastante provável que o microplástico tenha contaminado grande parte dos alimentos plantados no mundo, sendo consumidos por pessoas das mais diversas nacionalidades. Segundo especialistas, há diversas possíveis consequências de se ingerir essa substância, desde danos ao sistema reprodutor até problemas de desenvolvimento em crianças.

É importante ter em mente que, frequentemente, quando se fala de solo e decomposição dos materiais nele presentes, se fala de um processo bastante demorado. 

Somente o vidro, por exemplo, leva aproximadamente cinco mil anos para se decompor. Alguns tipos de plástico, por sua vez, demoram milhões de anos para desaparecer. Assim, as soluções para a questão da poluição do solo devem envolver a ação rápida para evitar que os poluentes tenham tempo suficiente para danificar a química e a biologia da terra.

Soluções para o problema

Felizmente, existem formas descomplicadas de se evitar a poluição do solo. Algumas delas são: cortar o uso de pesticidas e herbicidas, aumentar a utilização de fertilizantes orgânicos, investir no encanamento de esgoto e outros tipos de resíduos, entre outras.

Por outro lado, para o solo que já foi contaminado, também existem modos de recuperação. Pode-se, por exemplo: usar bactérias capazes de catalisar substâncias danosas presentes no solo; adicionar químicos no solo que contam com a propriedade de reduzir a potência de compostos poluentes; lavar o solo com água ou outras substâncias; etc.

Assim, percebe-se como manter os solos saudáveis é importante para a saúde humana e para o meio ambiente. Os alimentos produzidos para o consumo podem se contaminar por substâncias presentes na terra, e os impactos dos poluentes podem continuar presentes durante períodos prolongados. Por isso, é essencial empregar medidas públicas e individuais focadas na recuperação de solos degradados e na prevenção da contaminação de áreas protegidas.

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Sabrina Brito
Sabrina Brito
Jornalista formada pela ECA-USP e graduanda em Direito pela PUC-SP
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