1.12.2023

Ativismo ambiental: a importância da mobilização social para proteger o meio ambiente

Desde os mais jovens, como Greta Thunberg, até a terceira idade, cada pessoa tem o seu papel na defesa do planeta

Escrito por
Sabrina Brito
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Mulher segurando cartaz com a frase planeta antes do lucro
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Markus Spiske/ Unsplash

Recentemente, Francisco Vera, colombiano de 13 anos, foi nomeado pela Unicef como o primeiro jovem defensor do meio ambiente e da ação climática para a América Latina e o Caribe. Vera é símbolo do crescimento do número de jovens ativistas ambientais nos últimos anos. 

De forma geral, seus objetivos consistem na busca por um planeta mais sustentável e seguro para as próximas gerações. Francisco mantém uma presença ativa nas redes sociais para expandir a luta contra a mudança climática, a favor dos direitos da criança e dos direitos humanos. 

Outro símbolo jovem do ativismo é Greta Thunberg, ambientalista sueca de 20 anos que se tornou conhecida aos 15 por criar o movimento Fridays for Future, em que estudantes faltavam às aulas nas sextas-feiras para participar de manifestações que tinham por objetivo exigir ações políticas com a meta de mitigar os efeitos da mudança climática. 

Tanto Greta quanto Francisco Vera são exemplos de expoentes do ativismo ambiental, que pode ser definido como um conjunto de ações tomadas por indivíduos ou grupos que procuram ajudar o meio ambiente. 

De campanhas nacionais a pequenas condutas no âmbito pessoal, cada um tem o seu papel no ativismo, de forma que a meta comum é agir em prol da natureza e da justiça social.

De modo geral, pode ser considerado ativista aquele que atua em nome da questão ambiental. É possível fazê-lo, por exemplo, por meio de simples publicações nas redes sociais. 

De acordo com um estudo publicado pela Cardiff University, enviar mensagens diretas nas mídias sociais informando outros usuários acerca dos impactos negativos do consumo de carne à saúde e ao meio ambiente provou-se um sucesso na mudança de hábitos e costumes alimentares. 

A pesquisa apontou que mandar mensagens duas vezes ao dia via Facebook levou a uma redução notável na quantidade de carne vermelha e processada que os participantes comiam em um período de duas semanas.

Percebe-se, assim, que o ativismo ambiental pode ser praticado à distância e de forma simples, sem grandes esforços. Qualquer um pode se tornar um ativista, basta praticar ações a favor do meio ambiente de modo prático. Outras opções de atividades envolvem a limpeza de oceanos e praias, a criação de campanhas para lutar contra o desmatamento, a proteção a tribos indígenas, entre outros.

Para todas as idades

O ativismo ambiental pode trazer vantagens também para quem o pratica, para além do meio ambiente em si. Levantamentos indicam, por exemplo, que, para a terceira idade, o ativismo pode ser uma ótima ideia. 

Pesquisas sugerem que o voluntariado que envolve atividades físicas pode trazer benefícios para os mais velhos. Além disso, o ativismo ambiental costuma trazer uma maior exposição à natureza, o que, segundo estudos, traz inúmeras vantagens para a saúde.

É preciso mencionar ainda que praticamente todos os lugares do mundo têm algo a ganhar com o ativismo ambiental. Devido à vastidão da mudança climática e das demais questões com que a humanidade tem que lidar, não há local que se veja livre de problemas e da consequente necessidade do ativismo.

Desse modo, o ativismo ambiental pode ser bom para todas as faixas etárias e está ao alcance de todos. De pequenas ações a enormes campanhas, resta ao indivíduo fazer a escolha de se tornar um ativista, lutar pelo meio ambiente e combater a mudança climática, a poluição, a violação de direitos humanos, entre outros significativos problemas que ainda existem no século XXI.

Empregos verdes

Pesquisas do Boston Consulting Group (BCG) indicam que, até 2030, haverá uma lacuna de aproximadamente 7 milhões de profissionais na área dos empregos verdes. De acordo com o levantamento, esse abismo pode culminar em um aumento médio da temperatura em 0,1°C, prejudicando não só o meio ambiente, mas toda a humanidade. 

A lacuna é ainda mais notável nos ramos da energia solar, eólica e de biocombustíveis. A falta de mão-de-obra nesse setor é especialmente estranha quando se entende que os empregos verdes pagam cerca de 7% a mais do que os demais, na média, segundo o FMI.

O termo “emprego verde” foi criado em 2009, momento em que a expressão foi utilizada pela primeira vez em um estudo da Organização Internacional do Trabalho em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 

Trata-se do documento “Empregos Verdes: trabalho decente em mundo sustentável e com baixas emissões de carbono”, em que o termo é apresentado ao leitor. Hoje, a expressão “emprego verde” serve para classificar aquela profissão que envolve atividades, produtos ou serviços capazes de mitigar impactos ambientais, estabelecendo uma relação entre mercado e sustentabilidade. 

Assim, são considerados empregos verdes funções como consultor de energia, engenheiro florestal e biólogo, por exemplo. Dessa forma, postos de trabalho que preservam o ecossistema, reduzem o desperdício de materiais e ampliam o uso de recursos renováveis são caracterizados como verdes.

Demanda global

É inegável que o número de empregos ligados à economia verde está crescendo. De acordo com estimativas da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, em parceria com a Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, a cidade do Rio de Janeiro conta com 183,7 mil postos relacionados a esse tipo de atividade. 

Ao total, os empregos verdes representaram quase 9% do total de vagas formais na cidade – o que ainda é pouco, mas certamente aponta para uma crescente em relação aos últimos anos.

Prova disso é o estudo pioneiro "Construindo um Futuro Sustentável: Examinando o Potencial de Criação de Empregos em Eletricidade, Aquecimento e Armazenamento em Edifícios com Baixo Carbono", da Schneider Electric em parceria com a Universidade de Boston. 

Segundo o documento, mais de dois milhões de vagas podem ser criadas na Europa e nos Estados Unidos via adoção de tecnologias de energia limpa em edifícios novos e reformados. 

O estudo foca na geração de empregos verdes ligados apenas à instalação de painéis solares, bombas de calor e baterias de armazenamento de energia para a produção de energia renovável em edifícios residenciais, hospitais, hotéis, escritórios, no varejo e na educação da América do Norte e nos continentes europeu e asiático.

A geração de empregos verdes está em alta pelo mundo. Pesquisas apontam para a sua importância para o meio ambiente e consequentemente para a humanidade, motivo pelo qual mostra-se necessário investir em sua criação e manutenção pelo planeta no futuro próximo – antes que seja tarde demais para que tenham efeito.

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Sabrina Brito
Sabrina Brito
Jornalista formada pela ECA-USP e graduanda em Direito pela PUC-SP
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